Decorrido um lustro sobre o trágico momento em que o mundo constatou que a inopinada realidade até parece uma simples ilusão, a memória perpassa pelo terrífico dia em que o potentado americano desabou sob o incontornável esclarecimento da impotência. As mais reputadas inteligências do planeta, embasbacadas entre as malhas do raciocínio, de imediato anunciaram que a lide do movimento humano sofrera um desagregador volta-face em seu rumo.
No local das fatídicas Torres Gémeas, empurradas para o chão por um simplíssimo artifício dos génios do mal, persiste-se no tremendo erro de dar ressurreição ao estado de náusea que tão nefando e lesante crime provoca: ergue-se a Torre da Liberdade, memorial onde se instaura o túmulo comum de 3.020 vítimas. Mais: no presumido coração da estratégia capitalista, o actual presidente da Comissão Europeia, muito grato ao seu amigo Bush, proclama com quantos dentes sãos e falsos tem na boca que "estamos mais determinados do que nunca em atacar as causas e as consequências do terrorismo global". Quererá isto dizer que Durão Barroso, para bem exemplificar o almejado desiderato, se eliminará a si mesmo?!...
Entretanto e surpreendentemente sobre o Brasil, depara-se-me uma notícia que, por ser assaz boa de mais, não me merece a mínima credibilidade: mais de dois terços dos brasileiros - 76% - consideram-se felizes, segundo os resultados de uma sondagem divulgada muito recentemente. No inquérito, que quanto a mim visa tão-só a reeleição da "mensalite" no próximo 1 de Outubro, participaram 7.724 pessoas, entre as quais apenas 617 dançam o samba a chorar.
Claro que a administração Bush, à guisa de óbvio rebate de consciência, não colocará na base da Torre da Liberdade a seguinte legenda: USA - Belicista Mundial. Tão pouco Lula proclamará que para concluir com êxito a "Fome Zero" lhe restam apenas 24% de esfomeados. |